[V.A. Poema] Penumbra



Assim vago pela noite escura
Cheio de temores, cheio de bravura,
Não impedem sussurros obscuros
Nas Coisas a surrupiar.
Descem esplendores da Mãe Noite
Sempre a espiar.

Não são claras as punições
Que vêm aos antigos ladrões,
Do meu túmulo estreito
Vem uma imagem clara
E ainda nem enxergo direito—
Não é a Morte, é além.

Os troncos mais anciões
Possuem em seus ossos podres
Semelhanças entre alguns irmãos,
Não destinados aos bípedes
Com seus trejeitos maculados,
De um pecado que lhe é reservado.

São temores de outras estrelas
Tão afastadas de Nós quanto a Lua.
Não percebem? Exaltam a Cabra oculta,
Escondida não pelas Trevas, mas,
O vácuo inerente nelas.
Assim prenunciaram os Antigos.

O fim breve de nossas sinas,
Não tão sem expectativa,
Mesmo essa sendo conhecida,
Caminha não ao lado do Bom Deus:
O decapita, o humilha
Como um verdadeiro plebeu.

Nossa derrocada, apenas uma lágrima
Virá com um tom, revirando num som,
Do som virá, o sentir, nossa morte,
no agir, repreensão, nada mais!
O êxtase e o prazer só a Eles satisfaz,
Do erro que nossa humanidade ainda é pertinaz.

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